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terça-feira, 19 de agosto de 2025

O cálculo de Moraes sobre a composição do STF pós-Lei Magnitsky.


Ministro Alexandre de Moraes contabiliza aliados para não ceder à pressão 
do governo de Donald Trump sobre o julgamento de Jair Bolsonaro.

Paulo CappelliPetrônio Viana

O ministro Alexandre de Moraes faz um cálculo sobre a composição do Supremo Tribunal Federal (STF) antes de anunciar que não recuará mesmo após ser alvo do governo Trump com a Lei Magnitsky. Em conversa reservada durante um evento social, dias antes de dar entrevista ao Washington Post, Moraes disse estar certo de que nenhum integrante da Corte cederá à pressão dos Estados Unidos e se juntará “aos outros três”Na conta de Moraes, Luiz Fux, André Mendonça e Nunes Marques devem permanecer como as únicas divergências entre os colegas, sem novas adesões. Ao seu lado, avalia, continuarão os ministros Flávio Dino, Gilmar Mendes, Cristiano Zanin, Dias Toffoli, Lúis Roberto Barroso, Cármen Lúcia e Edson Fachin, que assumirá a presidência do Supremo.

A Casa Branca acompanha o julgamento de Jair Bolsonaro, que terá o destino selado pelo STF em setembro na ação penal sobre golpe de Estado. O ex-presidente recebeu apoio público de Donald Trump.

“Plano”.
Em publicação em suas redes sociais, o jornalista Paulo Figueiredo — que articula as sanções de Trump ao lado do deputado Eduardo Bolsonaro — afirmou contar com a persistência de Moraes para garantir a “efetividade do plano” traçado pela dupla.

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Decisão de Dino sobre aplicação de leis estrangeiras divide STF, que aguarda parecer da PGR em ação sobre sanções a Moraes.


Ministros apontam ação que está com Cristiano 
Zanin como solução para Lei Magnistky.

Por Mariana Muniz — Brasília

A decisão do ministro Flávio Dino que limita a aplicação automática de normas estrangeiras no Brasil provocou debate interno e dividiu integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF). Uma ala da Corte avalia que um entendimento sobre a aplicação da Lei Magnistky só será definido em outra ação, que está sob a relatoria do ministro Cristiano Zanin. Embora a defesa da soberania nacional e do Judiciário brasileiro feita por Dino seja consenso entre os ministros, alguns magistrados divergem da maneira como essa manifestação foi feita. Integrantes da Corte ouvidos pelo GLOBO ponderam que a legislação usada para aplicar sanções ao ministro Alexandre de Moraes já é objeto de uma ação específica, que aguarda manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR). Segundo esses magistrados, embora a decisão de Dino esclareça pontos importantes sobre a aplicação de decisões estrangeiras, ela não encerra o tema.

A expectativa no STF é que a PGR se manifeste em breve no âmbito da ação que está sob a relatoria de Zanin. Ministros acreditam que ele deverá manter o ritmo normal de instrução do processo, apesar da decisão de Dino. Reservadamente, ministros avaliam que a ação que está com Zanin tramita normalmente, o que um grupo da Corte entendeu como um sinal de que não haveria necessidade de um despacho de Dino em outro procedimento. Zanin é o relator de uma ação em que o PT pede ao STF para proibir os bancos de aplicarem a Lei Magnitsky no Brasil. Apresentada pelo deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), o processo busca impedir que sanções atinjam Moraes.

A decisão de Dino, divulgada na segunda-feira, esclarece que leis e medidas judiciais de outros países só podem ser aplicadas em território nacional após serem validadas pela Justiça brasileira. Nesta terça-feira, o ministro fez um esclarecimento e afirmou que ordens de tribunais internacionais dos quais o país é signatário, como o Tribunal Penal Internacional (TPI), seguem com eficácia imediata no Brasil. A discussão sobre as sanções a Moraes ganhou força após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinar uma ordem executiva em 30 de julho, incluindo o ministro na lista da Lei Magnitsky. As sanções americanas podem resultar em restrições a operações de câmbio, investimentos em dólar e uso de cartões internacionais.

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'Traído' por microfone, Trump é flagrado cochichando para Macron: Putin 'quer fazer um acordo por mim'.

 
Presidente dos EUA recebeu o presidente francês, Volodymyr Zelensky e outros líderes europeus na Casa Branca na segunda (18) para discutir termos para colocar um fim à guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

Por Redação g1

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sussurrou para o presidente da França, Emmanuel Macron, que acredita que Vladimir Putin “quer fazer um acordo" por ele. A declaração foi feita momentos antes do começo da reunião multilateral do americano com os líderes europeus na Casa Branca nesta segunda-feira (18) e foi captada por um microfone de alta definição.“Acho que ele quer fazer um acordo por mim, entende? Por mais louco que pareça”, disse Trump ao presidente francês antes de chamar todos para se sentarem.

De acordo com um alto diplomata da União Europeia que estava presente ao encontro, Trump interrompeu sua conversa com os líderes europeus para telefonar para Putin. O Kremlin confirmou a informação e afirmou que a ligação durou 40 minutos. Na rede Truth Social, o presidente dos EUA contou que já iniciou as negociações para um encontro entre Putin e Zelensky – ainda sem local definido –, e que ele se juntaria aos dois em um segundo momento. Apesar do otimismo de Trump, Zelensky e os sete líderes europeus que estiveram presentes na Casa Branca querem uma garantia de que a Rússia não volte futuramente a invadir a Ucrânia.

O encontro se deu três dias depois de Trump e Putin se reunirem no Alasca. Estiveram presentes Emmanuel Macron (presidente da França), Keir Starmer (premiê do Reino Unido), Friedrich Merz (chanceler da Alemanha), Ursula von der Leyen (chefe da Comissão Europeia), Mark Rutte (chefe da Otan), Giorgia Meloni (premiê da Itália) e Alexander Stubb (presidente da Finlândia)."Tivemos um dia de muito sucesso até o momento", afirmou Trump no início da reunião com os líderes europeus e Zelensky, sem dar mais detalhes. O presidente americano disse achar que "chegaremos a um comum acordo hoje", em referência aos aliados europeus. Trump se reuniu primeiro com Zelensky, e depois os líderes europeus se juntaram a eles. A presença de diversos líderes europeus na Casa Branca simboliza uma união em busca de garantias concretas de segurança diante da ofensiva russa, que ameaça todo o continente. Além disso, havia uma preocupação com possíveis ataques verbais de Trump a Zelensky.

O encontro desta segunda entre Trump e Zelensky teve tom menos tenso do que o anterior, quando em 28 de fevereiro eles bateram boca e o ucraniano foi hostilizado pelos anfitriões. Todos adotaram um tom mais consensual, apesar de ainda haver diferenças a serem tratadas. Zelensky foi elogiado por um repórter pela roupa que estava utilizando, um paletó, quando estava com Trump no Salão Oval. Trump disse a Zelensky que os EUA estão prontos para prover garantias de segurança à Ucrânia. Segundo o governo do republicano, Putin concordou que, em um eventual acordo de cessar-fogo, os EUA e aliados europeus poderiam proteger a Ucrânia em um formato parecido com o Artigo 5 da Otan, que prevê defesa mútua em caso de ataque.

Macron e Merz fizeram apelos por um cessar-fogo imediato no conflito. O presidente francês disse a Trump que as negociações pelo fim da guerra na Ucrânia afetam todo o continente europeu, por isso pediu que líderes europeus sejam incluídos na cúpula tripartite que o líder americano planeja com Putin e Zelensky. Meloni, por sua vez, disse que uma das perguntas mais importantes no momento é "como ter certeza de que isso [invasão russa] não acontecerá novamente, o que é a condição prévia de qualquer tipo de paz".

Trump e Vladimir Putin se reuniram na sexta-feira (15) em uma base militar no Alasca, que terminou sem acordo para cessar-fogo. O evento foi a primeira vez que Putin pisou em solo americano em quase dez anos, algo considerado uma vitória diplomática para o russo, isolado da comunidade internacional desde que invadiu a Ucrânia. Os termos da discussão entre Trump e Putin não foram divulgados, mas especula-se que Moscou apresentou uma proposta de paz que incluiria o fim dos combates em troca do reconhecimento de territórios ocupados da Ucrânia, sobretudo a Crimeia, como pertencentes à Rússia.

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Veja as acusações contra Eduardo Bolsonaro no Conselho de Ética.


Eduardo Bolsonaro é alvo de acusações feitas por PT e PSol por tentar 
interferir, junto ao governo dos EUA, no julgamento de processo no STF.

Petrônio Viana

Eduardo Bolsonaro responde a quatro processos no Conselho de Ética da Câmara que pedem sua cassação do mandato de deputado federal por São Paulo. O parlamentar mora nos Estados Unidos desde fevereiro, onde atua por sanções a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Dos quatro processos contra o deputado enviados pelo presidente da Câmara, Hugo Motta, ao Conselho de Ética na sexta-feira (15/8), três foram apresentados pelo PT. A primeira ação deu entrada na Mesa Diretora ainda em fevereiro. Nela, o partido de Lula acusa o deputado de quebra de decoro parlamentar por tentar interferir, junto ao governo dos Estados Unidos e a congressistas norte-americanos, no inquérito — que ainda não havia se tornado ação penal — sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022, mediante sanções.

A segunda ação do PT foi protocolada na Câmara no dia 27 de maio. O documento aponta quebra de decoro e abuso das prerrogativas constitucionais por Eduardo Bolsonaro, ao “promover ataques institucionais contra o STF, constranger o exercício da jurisdição constitucional e articular sanções internacionais contra autoridades brasileiras”.“Essas ações foram articuladas com o objetivo de coagir, intimidar ou retaliar membros do Poder Judiciário brasileiro, em especial o relator da ação penal contra Jair Bolsonaro e do inquérito da tentativa de golpe de Estado em curso no STF. A conduta do representado configura interferência grave na independência entre os Poderes, com impacto direto sobre a soberania nacional, a separação dos Poderes e a ordem constitucional”, diz o requerimento apresentado pelo PT.

Tafiraço.
A terceira ação, apresentada à Mesa Diretora no dia 11 de julho, é do PSol. O partido pede a perda do mandato de Eduardo Bolsonaro por quebra de decoro em razão da articulação da tarifa de 50% imposta pelo presidente dos EUA, Donald Trump, a produtos brasileiros vendidos ao país. O requerimento traz trecho de nota do deputado, segundo o qual a tarifa seria resultado de sua articulação junto ao governo dos EUA.“A medida adotada por Donald Trump foi justificada como resposta à suposta ‘perseguição’ de opositores por parte do STF e do governo federal, numa narrativa de claro viés político. A confissão pública do parlamentar evidencia intenção dolosa e planejada de promover pressão externa sobre as instituições brasileiras, configurando verdadeiro lobby internacional contra a soberania nacional e contra o funcionamento regular do Poder Judiciário”, argumenta o PSol.

Ameaça ao processo eleitoral.
Na última ação, apresentada no dia 27 de julho, o PT pede a cassação de Eduardo Bolsonaro por ameaçar o processo eleitoral de 2026 durante uma entrevista, na qual afirmou que, “sem anistia para Jair Bolsonaro, não haverá eleições em 2026”O documento aponta que o deputado praticou atos de “incitação à ruptura do processo eleitoral, tentativa de submeter a jurisdição nacional ao escrutínio de potências estrangeiras, atos de hostilidade à ordem constitucional e ao Estado Democrático de Direito e uso do mandato como plataforma para desestabilização institucional”.

No Conselho de Ética da Câmara, os quatro processos contra Eduardo Bolsonaro aguardam definição de relatores. Caso a perda do mandato seja confirmada em uma ou mais ações, a decisão deverá passar por aprovação do plenário da Casa.

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segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Carne chega a R$ 150,00 o quilo nos EUA em meio a seca, tarifas contra o Brasil e restrições ao México.


Crise na pecuária americana eleva preços a recordes históricos; relatório do 
USDA aponta que queda na produção e barreiras comerciais agravam cenário.

Conteúdo postado por: Paulo Emilio

247 - A carne bovina, um dos principais símbolos da gastronomia dos Estados Unidos, atingiu o maior preço da história no país. Segundo a CNN Brasil, o quilo do produto já ultrapassa os R$ 150,00, reflexo da combinação de três fatores: mudanças climáticas, restrições sanitárias ao México e a aplicação de tarifas mais altas contra o Brasil. Dados recentes da pesquisa mensal de inflação mostram que a carne para churrasco alcançou, em média, US$ 11,87 por libra de carne bovina — cerca de R$ 150,00 o quilo — um aumento de 3,3% em apenas um mês e de 9% nos últimos seis meses. A carne moída, essencial para hambúrgueres, seguiu a mesma trajetória: alta de 3,9% em julho e salto de 15,3% em meio ano, chegando a US$ 6,33 por libra ou R$ 75,00 o quilo.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) revisou para baixo suas estimativas de produção interna. A expectativa é de que os pecuaristas entreguem 25,9 bilhões de libras em 2025, o que representa queda de 1% em relação ao mês anterior e de 4% frente à previsão do início do ano. O relatório do USDA destacou: “A produção de carne bovina foi reduzida devido à redução do abate de bovinos alimentados e não alimentados e aos animais que têm registrado peso menor”. A seca e o efeito das mudanças climáticas vêm reduzindo o número de animais nos pastos e comprometendo a produtividade da pecuária. Outro fator que pressiona os preços é a aplicação da tarifa de 50% sobre a carne brasileira. O USDA já estima queda de 1,9% nas importações em 2025 e prevê impacto ainda maior em 2026, quando a redução pode chegar a 7,5%. O corte deve representar 180 mil toneladas a menos de carne bovina brasileira no mercado americano. Segundo o relatório, “as importações de carne bovina para 2025 são reduzidas para refletir os dados comerciais reportados durante o primeiro semestre do ano, bem como a redução dos embarques devido a tarifas mais altas, principalmente do Brasil”.

Além do clima e das barreiras comerciais, pesa contra os consumidores americanos a manutenção das restrições ao gado mexicano. Desde maio, os Estados Unidos proíbem a importação de animais vivos devido à ocorrência da New World Screwworm (NWS), conhecida no Brasil como “bicheira do Novo Mundo”A doença pode matar bovinos, afetar aves e, em casos raros, até seres humanos. Na semana passada, o USDA anunciou um plano de médio e longo prazo para combater a praga, incluindo a construção de uma fábrica de moscas estéreis no Texas, o que indica que o fim da proibição ainda está distante.

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Afetados pelo tarifaço, setores ligados a Bolsonaro procuram o governo Lula.

 
Próximos ao ex-presidente e simpáticos a Trump, representantes do mercado de armas, do agro e de supermercados buscam pontes com a gestão e ajustam discurso.

Por Rafaela Gama

Afetados pelas tarifas de 50% impostas pelos EUA, entidades e empresários ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro e que celebraram a volta de Donald Trump à Casa Branca buscam agora uma aproximação com o governo Lula. O movimento abarca setores como o de armas e de supermercados, que, diante de prejuízos milionários e a ameaça de perda de mercados, têm procurado integrantes da gestão petista, como o vice-presidente Geraldo Alckmin, para negociar soluções e mitigar os efeitos do tarifaço. No agronegócio, a taxa marcou uma virada no discurso. A estratégia foi puxada por empresas como a Taurus, uma das maiores fabricantes de armas e munições do país. Ligado a Bolsonaro, o CEO global da companhia, Salesio Nuhs, celebrou no início do ano a posse de Trump. Ele estimou em fevereiro que a projeção de crescimento do setor tinha saído de 2% para 25% com a troca presidencial. Com o tarifaço, a situação mudou. No dia seguinte à aplicação das tarifas, as ações da Taurus registraram queda de 7%, provocando perda de mais de R$ 33 milhões em valor de mercado. Em resposta, representantes da empresa recorreram a Alckmin, também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. — Nos reunimos com o vice-presidente da República para destacar a importância estratégica da nossa empresa. A autonomia do Brasil seria prejudicada, e o ministro da Defesa me acompanhou nessa pauta — disse Salesio em uma teleconferência para investidores na semana passada.

Nos planos da empresa, contudo, também entrou a ideia de transferir a principal linha de produção para o território americano, para onde cerca de 90% da produção é escoada. O CEO afirmou que a companhia mantém conversas com a embaixada americana, além das equipes do vice-presidente JD Vance e do governador Brian Kemp, da Geórgia, onde fica a filial da Taurus. A transferência de empresas brasileiras para o país chegou a ser incentivada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que articula nos EUA sanções contra o ministro Alexandre de Moraes e outras autoridades brasileiras.

Plano emergencial.
A preocupação com o tarifaço também movimentou o setor de supermercados, que tinha interlocução com Bolsonaro. Na semana passada, representantes da área apresentaram ao governo um “plano emergencial” que incluía a proposição de incentivo ao crédito — pedido, em parte, atendido pelo pacote de socorro anunciado pelo governo. O plano foi lançado num fórum que contou com Alckmin. Presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Galassi foi aos EUA para a posse de Trump. “Vivi um momento histórico marcado por promessas de transformação e impacto global”, escreveu no Instagram na época.

As novas tarifas também representaram um impasse para a Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), que demonstrou, no passado, alinhamento a Bolsonaro. Na campanha de 2022, a entidade recebeu o então presidente e seu candidato a vice, Walter Braga Netto, na abertura do Encontro Nacional do Agro. O presidente da associação, João Martins, disse na ocasião que não haveria espaço no país para “um candidato que foi processado e preso como ladrão”, em referência a Lula. Com o tarifaço, a confederação estimou uma perda de US$ 5,8 bilhões em exportações do agro para o mercado americano. No mês passado, a entidade afirmou em nota que “a política nacional insiste em girar em torno de uma pauta estéril, paralisante, marcada por radicalismos ideológicos”.

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‘Vá para Belém porque eles vão resolver’, diz Al Gore sobre hospedagem na COP30.


"Eu conheço Lula, se eles estão dizendo que vão fazer o que tiver que fazer para que não haja nenhum problema de inclusão nesta COP é porque eles vão fazer", disse.

Estadão Conteúdo

Prêmio Nobel da Paz e ambientalista, Al Gore participou na sexta-feira, 15, do evento do The Climate Reality Project no Rio de Janeiro ao lado do presidente da COP-30, André Corrêa do Lago. O vice-presidente dos Estados Unidos durante o governo de Bill Clinton conclamou delegações e ativistas a irem para Belém, na conferência do clima da ONU, apesar da crise da hospedagem enfrentada pela capital paraense.“Vá para Belém porque eles vão resolver esse problema; é o presidente da COP e o presidente Lula que estão falando. Eu conheço Lula, se eles estão dizendo que vão fazer o que tiver que fazer para que não haja nenhum problema de inclusão nesta COP é porque eles vão fazer”, disse. “Eu estarei em Belém.”

Durante o The Climate Reality Project, Al Gore entrevistou André Corrêa do Lago, que também saiu em defesa da escolha da COP por Belém – no início do mês, representantes de delegações da África chegaram a pedir que a conferência não fosse mais realizada na capital paraense.“Tenho certeza de que todos estão bastante conscientes da questão dos preços da hotelaria de Belém e da dificuldade de encontrar hospedagem, mas eu garanto que o assunto está sendo tratado e que haverá quartos para todos a preços acessíveis”, afirmou Corrêa do Lago. “Belém é uma cidade incrível, mas nenhuma cidade do mundo foi projetada para receber uma COP, só Dubai. Paris teve que construir muita coisa. Todos tiveram que se adaptar, e nós também vamos. A COP será incrível, podem vir.”

Ao lado de Al Gore, Lago afirmou que um dos maiores desafios para o encontro climático de Belém é a desinformação. Segundo ele, há um forte negacionismo quanto aos benefícios da transição energética que precisa ser combatido. “Estamos vivendo um momento muito estranho, de muita desinformação, de esforços para mostrar que se a economia incorporar soluções para o clima, isso será ruim para o País e para as pessoas”, afirmou. “Nós precisamos mostrar os efeitos positivos, precisamos mostrar que a transição é boa para a economia, para a qualidade de vida e para a geração de empregos.” Lago ressaltou o fato de um grupo significativo de ministros de economia e finanças de diferentes países, encabeçados por Fernando Haddad, formar um dos círculos de decisão da COP-30. “Esse círculo é importante porque quando decisões forem tomadas (na COP-30), elas terão que ser aplicadas à economia mundial”, afirmou. “Então precisamos dos ministros das finanças e o Haddad entende isso muito bem.”

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Governo envia hoje resposta aos EUA sobre investigação que envolve Pix, um dos alvos de Trump.

 
Americanos abriram investigação que vai do sistema 
de pagamentos do BC até comércio da Rua 25 de Março.

Por Eliane Oliveira — Brasília

O governo Lula mandará hoje um relatório sobre práticas investigadas por Washington nas áreas financeira, de comércio, digital, relacionadas ao desmatamento, de combate à corrupção e de propriedade intelectual. Depois de Donald Trump anunciar, em 9 de julho, que os produtos brasileiros passariam a ser tributados em 50% a partir deste mês, o governo americano informou que iria investigar o Brasil com base na Seção 301 da Lei de Comércio do país. Nem o sistema de pagamentos Pix e as vendas na Rua 25 de Março, em São Paulo, foram poupados. A expectativa é que, depois de enviar o relatório a Washington, negociadores dos EUA e do Brasil voltem a debater o tema em uma audiência pública que acontecerá no início de dezembro deste ano. Caso o Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR) conclua que o Brasil possui práticas anticompetitivas nas relações comerciais entre os dois países, poderão ser adotadas medidas compensatórias, como novas barreiras a produtos brasileiros. O processo deve levar, no mínimo, um ano.

Respostas.
Técnicos brasileiros preparam respostas para vários questionamentos. Por exemplo, usarão argumentos mostrando que têm sido tomadas medidas efetivas de combate ao desmatamento, prometerão que o tempo de registro de patentes de medicamentos — que pode levar sete anos, conforme os EUA — será reduzido para dois anos em 2026. Criado pelo governo brasileiro e amplamente usado pela população como meio de pagamento, o Pix está na berlinda, mas não há disposição de mudar um produto que vem dando certo, afirmam interlocutores a par do assunto. A resposta aos americanos é que esse sistema ampliou a bancarização no país e as possibilidades de negócios, sem com isso causar prejuízo a empresas americanas de cartão de crédito.

Na semana passada, o governo anunciou um plano de socorro para as empresas afetadas pelo tarifaço. Entre as medidas, estão linhas de crédito subsidiado e compras governamentais de produtos que deixarão de ir para os EUA, como alimentos. O pacote está em uma medida provisória que será analisada pelo Congresso Nacional.

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domingo, 17 de agosto de 2025

Justiça manda a Igreja Universal restituir vítima de pirâmide financeira.


A IURD reconheceu o recebimento das doações, 
mas afirmou desconhecer a origem criminosa.

Por CartaCapital

A Quarta Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios condenou a Igreja Universal do Reino de Deus a devolver recursos a uma vítima de golpe financeiro. A Corte publicou o acórdão na última terça-feira 12. A vítima é José Luiz Cavalcanti, que “investiu” 150 mil reais em um suposto negócio de criptoativos que não passava de um esquema de pirâmide financeira. A investigação apontou que o golpista doou mais de 72 milhões de reais à IURD — dinheiro que tinha origem ilícita. A igreja reconheceu o recebimento das doações, mas afirmou desconhecer a origem criminosa. A 1ª Vara Cível de Sobradinho negou a ação contra a IURD, por julgar que não havia prova de participação da igreja no esquema. A primeira instância condenou apenas o golpista. Cavalcanti, porém, recorreu, sob o argumento de que a IURD agiu com “cegueira deliberada” ao aceitar doações milionárias sem questionar a origem. O TJ-DFT acolheu a tese, segundo a qual a “intencional ignorância acerca da ilicitude e da gravidade do caso não pode elidir a responsabilidade”Para a maioria da Turma, a Igreja Universal deveria ter suspeitado da origem dos recursos, uma vez que eram doações em valores extraordinários. O colegiado entendeu que a IURD fingiu não perceber a situação de ilicitude para obter vantagem financeira.

Os desembargadores declararam nulas as doações, por terem objeto ilícito, e mandaram a Igreja Universal restituir ao investidor a proporção correspondente ao valor que ele perdeu no esquema, com base no montante total das doações recebidas. CartaCapital procurou a Igreja Universal por meio de sua assessoria de imprensa e atualizará este texto se obtiver resposta.

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Rússia prepara sistema de pagamentos lastreado em ouro no BRICS e provoca alerta máximo nos EUA.


A Rússia voltou a colocar em pauta a criação de um sistema global de liquidação baseado em ouro no âmbito do BRICS, em um movimento que desafia a hegemonia do dólar e intensifica a disputa geopolítica com os Estados Unidos. A proposta foi apresentada por autoridades ligadas ao Kremlin como alternativa aos mecanismos financeiros dominados […]

Redação

A Rússia voltou a colocar em pauta a criação de um sistema global de liquidação baseado em ouro no âmbito do BRICS, em um movimento que desafia a hegemonia do dólar e intensifica a disputa geopolítica com os Estados Unidos. A proposta foi apresentada por autoridades ligadas ao Kremlin como alternativa aos mecanismos financeiros dominados pelo Ocidente, como o SWIFT, e como resposta direta às sanções econômicas impostas desde 2022.

Moscou busca “blindagem” contra sanções.
Segundo o economista Sergey Glazyev, da União Econômica da Eurásia, o plano prevê um “BRICS Pay” lastreado em ouro, no qual as transações seriam protegidas contra volatilidade cambial e bloqueios políticos. O mecanismo seria operado por meio de uma moeda digital multilateral, emitida por um banco de compensação do bloco. Cada unidade teria um valor fixo em ouro físico, armazenado de forma descentralizada pelos países participantes.“O ouro é a única moeda internacional que não pode ser controlada por governos estrangeiros. É uma forma de proteger o comércio contra interferências externas”, afirmou Glazyev.

Por que os EUA estão preocupados.
Atualmente, cerca de 58% das reservas globais estão em dólar, e mais de 80% das transações cambiais envolvem a moeda americana. Um sistema paralelo lastreado em ouro poderia não substituir o dólar de imediato, mas abrir fissuras na sua dominância. Para Washington, isso significaria perda de poder de pressão diplomática e maior espaço para países sancionados, como Rússia e Irã, além de aliados estratégicos como a China.

Obstáculos ao projeto.
Especialistas apontam desafios significativos: Coordenação política entre os países do BRICS, que possuem interesses divergentes. Volume de ouro: juntos, os membros do bloco detêm cerca de 6.500 toneladas, insuficientes para sustentar um sistema trilionário. Resistência de países-chave: o Brasil mantém laços estreitos com EUA e União Europeia, enquanto a Índia equilibra relações estratégicas com Washington.

Impacto potencial no Brasil.
Para o Brasil, aderir ao modelo poderia reduzir custos de exportação e a dependência do dólar, beneficiando principalmente o comércio com Ásia e África. Por outro lado, especialistas alertam para riscos: Ajustes profundos na política cambial e no controle de capitais. Possível pressão diplomática americana, com impactos sobre investimentos e acordos comerciais.

Histórico do ouro nas finanças globais.
Até 1971, o dólar era atrelado ao ouro pelo acordo de Bretton Woods. Desde então, sua força deriva da confiança no governo americano e no peso da economia dos EUA. Nos últimos anos, Rússia e China ampliaram suas reservas de ouro como parte de uma estratégia de desdolarização. Em 2023, Moscou já havia sugerido formalmente a criação de uma moeda comum lastreada em ouro e ativos estratégicos para a União Econômica da Eurásia.

Caminhos futuros.
Um sistema desse tipo, caso avance, poderia marcar o início de uma nova arquitetura financeira internacional. Ele não substituiria de imediato a moeda americana, mas abriria um canal paralelo, reduzindo a eficácia das sanções dos EUA e estimulando o uso de tecnologias como blockchain e moedas digitais de bancos centrais (CBDCs). Apesar dos obstáculos, a ideia de um sistema blindado contra interferências políticas pode atrair países emergentes e impulsionar um processo gradual de fragmentação da ordem financeira global.

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